quarta-feira, 24 de dezembro de 2008

FELIZ NATAL






NATAL SOMOS NÓS



Natal somos nós quando decidimos nascer de novo, a cada dia, nos transformando.
Somos o pinheiro de natal quando resistimos vigorosamente aos tropeços da caminhada.
Somos os enfeites de natal quando nossas virtudes, nossos atos, são cores que adornam.
Somos os sinos do natal quando chamamos, congregamos e procuramos unir.
Somos luzes do natal quando simplificamos e damos soluções.
Somos presépios do natal quando nos tomamos pobres para enriquecer a todos.
Somos os anjos do natal quando cantamos ao mundo o amor e a alegria.
Somos os pastores de natal quando enchemos nossos corações vazios com Aquele que tudo tem.
Somos estrelas do natal quando conduzimos alguém ao Senhor.
Somos os Reis Magos quando damos o que temos de melhor, não importando a quem.
Somos as velas do natal quando distribuímos harmonia por onde passamos
Somos Papai Noel quando criamos lindos sonhos nas mentes infantis.
Somos os presentes de natal quando somos verdadeiros amigos para todos.
Somos cartões de natal quando a bondade está escrita em nossas mãos.
Somos as missas do natal quando nos tomamos louvor, oferenda e comunhão.
Somos as ceias do natal quando saciamos de pão, de esperança, qualquer pobre do nosso lado.
Somos as festas de natal quando nos despimos do luto e vestimos a gala.
Somos sim, a Noite Feliz do Natal, quando humildemente e conscientemente, mesmo sem símbolos e aparatos, sorrimos com confiança e ternura na contemplação interior de um natal perene que estabelece seu Reino em nós.
Obrigado Jesus!
Por vossa luz, perdão e compreensão. (Desconheço a autoria, retirado do site: www.meu.cantinho.nom.br) Enviado por Neide de Jesus

sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

Livro de Mãe D. Canô: O Sal é um Dom


Maria Bethania

O LIVRO
As tradicionais iguarias, que remetem tanto às origens africanas quanto às indígenas, poderão ser conferidas no livro O sal é um dom, de autoria de Mabel Velloso, terceira filha da matriarca. Primeira parceria entre a editora baiana Corrupio e a Nova Fronteira, a obra apresenta o retrato fiel de uma família que, em meio aos sabores repassados por gerações, sempre celebrou a alegria de estar reunida em casa. O lançamento, que terá degustação de alguns dos quitutes cujas receitas estão no livro, está marcado para o dia 30 de setembro, das 18h às 22h, no restaurante Amado, em Salvador. “Mais do que receitas, é um livro sobre vida”, declara Mabel Velloso, revelando que a obra conta o jeitinho como se faz comida em sua família. “É o nosso dia-a-dia, a nossa casa. As refeições aqui são tratadas como um momento importante, e prova disso é que, até hoje, minha mãe faz questão que todos se sentem ao redor da mesa”, explica. E conhecendo bem tudo isso, o caminho escolhido pela escritora não poderia ter sido outro; para contar um pouco da história dos Velloso, nada mais gostoso do que ter o paladar como fio condutor.

terça-feira, 16 de dezembro de 2008

BETHÂNIA DE SANTO AMARO VÍDEO REALIZADO POR NOEMIA HIME




Pretendo com este vídeo, abordar algumas passagens dessa "Grande Intérprete", uma pessoa simples e caridosa de Santo Amaro, mostrando sua cidade, fotos quando criança, e uma visão rápida de sua carreira, tão brilhante! Nós estamos de parabéns pela criatura tão humana que Deus nos deu.
Noemia Hime

segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

O QUE TINHA DE SER (VINICIUS DE MORAES) - Maria Bethania

Maria Bethânia cantando a música Comida, composta pelos Titãs

Maria Bethânia: Boas Festas (Natal 2008)



Boas Festas, música cantada e recantada de Assis Valente em todos os natais desde 1933, quando lançada na voz de Carlos Galhardo, ganha nova versão. Desta vez, na interpretação de Maria Bethânia, cuja faixa está presente no CD "Natal Bem Brasileiro", lançado em novembro de 2008 pela Biscoito Fino. Neste disco também participam Elba Ramalho, Flavio Venturini, Jane Duboc, Zezé Motta, Marcos Sacramento, Maria Alcina, Dominguinhos, Célia, Miúcha, Leila Pinheiro, Francis Hime, Olívia Hime e, em faixa bônus, o poeta Vinicius de Moraes, com acompanhamento ao violão de Toquinho. O CD traz outra composição de Assis Valente - Recadinho de Papai Noel, originalmente gravada em 1934 por Carmen Miranda - na voz de Wanderléa, que pode ser conferida neste link: http://www.youtube.com/watch?v=_X8kgv...

Assis Valente é um dos mais notáveis compositores brasileiros, tanto que "Boas Festas" também foi aproveitada em jingle publicitário interpretado por Luiz Melodia, que pode ser assistido neste link (http://br.youtube.com/watch?v=k_kdaC_bo ws). Favor preencher o espaço em branco do URL com underline.
Em março de 2008 completou 50 anos de sua morte, em 1958, por suicídio. Nasceu na Bahia e teve uma infância conturbada. Foi separado dos pais muito cedo. Trabalhou como farmacêutico, fez cursos de desenho no Liceu de Artes e Ofícios e profissionalizou-se como especialista em prótese dentária. Foi para o Rio de Janeiro em 1927, e empregou-se como protético. No início dos anos 30 começou a compor sambas. O primeiro, "Tem Francesa no Morro", tornou-se sucesso na voz de Araci Cortes em 1932.

Mais tarde conheceu Carmen Miranda e passou a compor sambas especialmente para ela, casos de "Good Bye, Boy" e "Etc". Carmen foi a maior intérprete e divulgadora dos sambas de Assis Valente. "Minha Embaixada Chegou", "Uva de Caminhão", "Camisa Listrada", "E o Mundo Não Se Acabou" e "Recenseamento" foram algumas composições de Assis eternizadas pela Pequena Notável. A música mais famosa do compositor, entretanto, foi rejeitada por ela . "Brasil Pandeiro" acabou gravada pelos Anjos do Inferno em 1940, com grande êxito e regravada pelo grupo Novos Baianos mais de 30 anos depois, de novo com sucesso.

Outros grupos vocais também popularizaram sambas do compositor, como o Bando da Lua, que gravou "Maria Boa" em 1936 ou o Quatro Ases e Um Coringa, que gravou "Boneca de Pano" em 1950. A vida pessoal de Assis Valente foi tumultuada. Em 1941 tentou o suicídio pela primeira vez, atirando-se do alto do Corcovado. Acabou resgatado pelos bombeiros, e depois de recuperado compôs "Fez Bobagem", canção marcante interpretada com grande sucesso por Aracy de Almeida. Mas sua carreira bem-sucedida como compositor não foi suficiente para mantê-lo vivo, e, depois de tentar cortar os pulsos, conseguiu matar-se ingerindo guaraná com formicida, em 1958.

Muitos artistas regravaram a obra de Assis Valente, como Nara Leão, Maria Bethânia, Chico Buarque, Wanderléa, Célia, Gal Costa e Adriana Calcanhoto, entre outros. Na década de 90 o musical "O Samba Valente de Assis", sobre a trajetória do compositor, foi encenado no Rio de Janeiro. A música "Brasil Pandeiro" voltou a ser extremamente popular em 1994, graças a uma campanha publicitária relacionada à Copa do Mundo.

Confirma a letra de Boas Festas:

Anoiteceu, o Sino Gemeu
A Gente Ficou Feliz a Rezar
Papai Noel Vê Se Você Tem
A Felicidade Pra Você Me Dar

Eu Pensei Que Todo Mundo
Fosse Filho De Papai Noel
Bem Assim Felicidade
Eu Pensei Que Fosse Uma
Brincadeira De Papel

Já Faz Tempo Que Pedi
Mas o Meu Papai Noel Não Vem
Com Certeza Já Morreu
Ou Então Felicidade
É Brinquedo Que Não Tem

Ficha técnica:

Arranjo e violões: Jaime Além
Acordeon mussete: João Carlos Coutinho
Produção: Thiago Marques Luiz
Direção geral: Kati Almeida Braga
Direção artística: Olívia Hime
Coordenação de produção: Joana Hime
Edição/vídeo: Chico Fukushima

domingo, 14 de dezembro de 2008

Ó sino da minha aldeia // Fernando Pessoa



Ó sino da minha aldeia
por Fernando Pessoa

Ó sino da minha aldeia,
Dolente na tarde calma,
Cada tua badalada
Soa dentro da minha alma.

E é tão lento o teu soar,
Tão como triste da vida,
Que já a primeira pancada
Tem o som de repetida.

Por mais que me tanjas perto,
Quando passo, sempre errante,
És para mim como um sonho,
Soas-me na alma distante.

A cada pancada tua,
Vibrante no céu aberto,
Sinto mais longe o passado,
Sinto a saudade mais perto.

Omara Portuondo e Maria Bethânia cantam "Cálix Bento" em show no Via Funchal em São Paulo (março 2008)

Luis Vieira & Arnaldo Passos // MENINO DE BRAÇANÃ

MARIA BETHÂNIA Tristeza Do Jeca(Angelino De Oliveira)

Project Music My Idols 08 (Maria Bethânia)

maria bethania - canticos

Chico e Bethânia falam sobre Olhos Nos Olhos

sábado, 13 de dezembro de 2008

FELIZ NATAL // BISCOITO FINO

MARIA BETHANIA E SEU AMOR PELA BAHIA





FOTOS DE MARIA SAMPAIO

Além de procurar Mabel Velloso para intermediar nosso ambicioso projeto era preciso tornar conhecido mais profundamente a Maria Bethânia a semimilenar, fascinante e benemérita história das Santas Casas de Misericórdia, particularmente a da Bahia.



E na medida em que lhe passávamos informações sobre a nossa história e ação, ela ia se envolvendo e entusiasmando pelo projeto, e a idéia de conectá-la às comemorações dos 400 anos de Vieira foi a cartada decisiva.



Conquistamos definitivamente esta baiana empolgada pela história de sua terra e cheia de amor pelo seu povo...



A Maria Bethânia, nossa gratidão pela generosidade da oferta. E a nossa alegria de ver a sua marcante presença de artista completa, senhora dos palcos, aliada à belíssima tradição desta nossa Casa, desta Igreja e a Vieira, “Imperador da Língua Portuguesa” (Lemos Filho, A C).



A voz de Maria Bethânia nascida em Santo Amaro, junto às águas do Subaé tem banhado muitas Terras, levando força e muito amor a muita gente.



Tem aquecido, embalado, aquietado muitos corações.



Os Palcos onde tem se apresentado, onde pisa respeitosamente, transformam-se em verdadeiros templos da música.



Quando menina cantou na Capela de Nossa Senhora dos Humildes e na Matriz da Purificação. Cresceu sem perder a humildade e foi longe! Cantou rezando em Fátima e em Aparecida.



Seu canto vive como numa trança: pedido, louvor, agradecimento. Hoje sua voz se espalha nesta Igreja como grito de alerta em favor das crianças da Creche da Santa casa de Misericórdia. Maria Bethânia canta como quem reza, mesmo cantando dores de amores...



Nesta noite o seu cantar é uma oração de amor por aqueles que precisam ser lembrados, por todos que não devemos esquecer. (Mabel Velloso)



Amigos, após 2 dias ainda tenho dificuldades em narrar-lhes o inenarrável, pois Maria Bethânia ultrapassa sempre e pra melhor, o limite máximo que podemos esperar que venha a acontecer numa nova apresentação.



Estar num palco, lugar sagrado, cujo cenário é o altar, também sagrado deu-nos a impressão de termos Nossa Senhora no altar e uma aparição no palco.



O show se deu em 2 atos e a abertura foi com a banda entoando Jesus, alegria dos homens de J. S. Bach, em seguida ela nos brinda com a sua presença e o belíssimo repertório:

Seguimento Bahia (Caymmi)/
Cem barquinhos brancos/
Nas sacadas/
Você já foi a Bahia/
São Salvador/
Gente Humilde (C. Buarque - Garoto – V. de Moraes)/
Procissão (G. Gil)/
Cio da Terra (M. Nascimento-F. Brant)/
Cálice bento (M. Nascimento-F. Brant)/
Texto MB/
Sermão Pe. A. Vieira/
Dirirê dirirê/ Rainha dos raios (G. Gil - C. Veloso)/
Stª Bárbara (R. Ferreira)/
Texto MB/
De papo pro ar (G. de Carvalho – O. Mariano)/
Tristeza do Jeca (A. de Oliveira)/
Adeus guacyra (H Tavares)/
Casinha branca (Gilson)/
Felicidade (V. de Moraes)/
Trenzinho caipira (V. Lobos)/
Texto MB/
Medalha de S. Jorge (M. Luz)/
Oração a S. Jorge/
Padroeiro do Brasil (A. Monteiro – I. de Oliveira)/
São João, São João menino (T. Gondim)/
Olha pro céu (L. Gonzaga)/
São João do carneirinho (L. Gonzaga)/
Francisco, Francisco (R. Mendes – Capinan)/
Oração de S. Francisco/
Texto/
Meu divino S. José (domínio público)/
Cosme Damião (domínio público)/
Vadeia dois-dóis (domínio público)/
Oração a S. Cosme e S. Damião/
Cosme Damião (domínio público)
Meu insigne português (domínio público)/
Sermão Pe. A. Vieira/
Incenso (trezena de S. Antônio)/
Santo Antônio (domínio público)/
Banda: “Maxixe”/
Pedrinha de Aruanda (domínio público)/
Texto MB/
Motriz (C. Veloso)/
Adeus meu S. Amaro (C. Veloso)/
Ó sino da minha aldeia (S. Costa – F. Pessoa)/
Ciclo (C. Veloso)/
Geniapo absoluto (C. Veloso)/
Purificar o Subaé (C. Veloso)/
Miséria (Titãs)/
Texto: Ladainha de S. Amaro (M. Velloso)/
Ave Maria no Morro/
Ladainha de N. Senhora (M. Velloso)/
Hino de N. S. da Purificação (domínio público)/
Oferta de flores (domínio público)/
Sermão Pe. A. Vieira/
Maria mater gracie (domínio público)/
Magnificat (domínio público)/
Romaria (R. Teixeira)/
Dona do dom (C. César)/
Poema do Menino Jesus (F. Pessoa)/
Doce mistério da vida (V. Herbert – R. Young)/
Ofertório (domínio público)/
Texto MB/ Hino do S. do Bonfim (domínio público)/
Bis: Menino de Braçaná (L. Vieira)
Banda: J. Alem, João Carlos Coutinho, Márcio Mallard, Reginaldo Vargas, Rômulo Gomes, e o vocal de: Nair de Candia e Viviane Godói.


Foi na noite do dia 10 de dezembro de 2008, na nave central, no altar-mor, da quatrocentona Igreja da Misericórdia, na Cidade da Bahia, em homenagem ao ícone da língua portuguesa, o padre Antonio Vieira, festejando os seus lendários quatrocentos anos, que Maria fez mais um projeto especial: um show longo, mesclando o universo sagrado do candomblé com o do católico, de modo impecável, e como sempre, também desfiou canções sagradas do cancioneiro brasileiro e recitou textos como só ela sabe fazer aqui neste nosso Brasil. Mais uma réstia de luz sobre as sombras dos anos atuais. Mais um exemplo da navegação de beleza que esta senhora imputa à sua carreira. Mais uma vez, pela correnteza de força e frescor daquela voz, alguns privilegiados assistiram ao Brasil que dá certo. Ela, tão respeitosa intérprete dos mistérios da Fé, aos pés de Nossa Senhora, rezando canções, perfilou a grandeza da cultura que nos permite sonhar com um país melhor... A homenagem honrou a nossa tradição popular: Dona Bethânia no centro católico do Brasil gritando: “Eu sou o céu para suas tempestades/Deusa pagã dos relâmpagos/ Das chuvas de todo ano/ Dentro de mim". Revigorando a santificação de entes caros para todos nós: Santa Bárbara e São Jorge! Luminescência pura e perfumada de azul. O canto sublime do artista longevo mais criativo em tempos atuais. Sibilares da vontade dos deuses de terem Maria como sua porta-voz mais legítima e preparada. As fotos são da escritora Maria Sampaio. E, segundo o doce Rodrigo Velloso, as imagens foram feitas por Bia Lessa, o que pode nos assegurar mais um registro artístico, em áudio-visual, das performances memoráveis da nossa Maricotinha (Marlon Marcos). publicado por Neide de Jesus.

sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

MARIA BETHANIA EM VÁRIOS MOMENTOS DA APRESENTAÇÃO DO SHOW ONDE RECEBEU O PRÊMIO SHELL DE 2008 - MELHOR INTÉRPRETE // ELABORADO POR NOEMIA HIME



NÃO TENHA MEDO de Miltinho Adalberto

Não tenha medo
Me faça seu travesseiro
Aquela roupa eu nem tirei
Só pra dormir com seu cheiro
Aquele beijo de boa-noite
Ainda queima em minha boca
Nem o café esconde o gosto
Em sonhos vejo seu rosto
Você é a estrela do mar profundo
Caiu do céu no meu mundo
Se eu fico longe, só um tiquinho
Pouco mais que um segundo
A corda quebra, o carro pára O riacho fica fundo
A corda quebra, o carro pára
O riacho fica fundo
Não tenha medo Lhe ajudo na travessia
Não sei nadar Pra flutuar, basta a sua companhia

Este vídeo, retrata os momentos da MELHOR INTÉRPRETE E CANTORA da nossa música. Bethânia, com sua simplicidade, é uma mulher cativante, meiga e atenciosa. Parabéns mais uma vez por essa conquista. Noemia Hime

Joanna e Maria Bethania cantam «Maninha» video produzido por Salette Schopfer

MARIA BETHANIA // Que seria de mim sem a fé em antonio

JOANNA(BRASIL) - CHUÁ CHUÁ (Joanna e Maria Bethânia)

quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

Por do sol no porto da barra.

Maria Bethania



PA(ra)TI

Hoy oigo las cancione que hiciste para mí
No se por que razón todo cambió asi
Quedaron las canciones y tu no quedaste
Te olvidaste de tantas cosas de las que un día me hablaste
Tantas cosas que solamente quedaron entre nosotros dos
Yo creo que tu ya ni te acuerdas

Es tan dificil mirar el mundo y ver
Lo que aun existe
Pues sin tí mi mundo es diferente
Mi alegría es triste

Cuantas veces me dijiste, que me amabas tanto
Tantas veces sequé tu llanto
Ahora lloro solo sin tenerte a TI aqui.

Te olvidaste de tantas cosas que un día me dijiste
Tantas cosas que solamente quedaron entre nosotros
Yo creo que ya ni te acuerdas

Es tan dificil mirar el mundo y ver
Lo que aun existe
Pues sin tí mi mundo es diferente
Mi alegria es triste

Cuantas veces me dijiste que me amabas tanto
Cuantas veces sequé tu llanto
Y ahora lloro solo, sin tenerte aqui

Maria Bethânia - Invocação(Passagem das Horas)



Não sei sentir, não sei ser humano,
Não sei conviver de dentro da alma triste, com os homens,
Meus irmãos na terra.
Não sei ser útil, mesmo sentindo ser prático, cotidiano, nítido.
Vi todas as coisas e maravilhei-me de tudo.
Mas tudo ou sobrou ou foi pouco, não sei qual, e eu sofri.
Eu vivi todas as emoções, todos os pensamentos, todos os gestos.
E fiquei tão triste como se tivesse querido vivê-los e não conseguisse.
Amei e odiei como toda gente.
Mas para toda gente isso foi normal e instintivo.
Para mim sempre foi a exceção, o choque, a válvula, o espasmo.
Não sei se a vida é pouco ou demais para mim.
Não sei se sinto demais ou de menos.
Seja como for a vida, de tão interessante que é a todos os momentos,
A vida chega a doer, a enjoar, a cotar, a roçar, a ranger,
A dar vontade de dar pulos, de ficar no chão,
De sair para fora de todas as casas, de todas as lógicas, de todas as sacadas
E ir ser selvagem entre árvores e esquecimentos.

Maria Bethânia - Maricotinha (Parte IV)

Maria Bethânia - Maricotinha (Parte III)

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Maria Bethânia no show "A Força Que Nunca Seca" 1999

Maria Bethania no Canecao Boiadeiro.mpg

Maria Bethânia - Maricotinha (Parte II)

Maria Bethânia - Melodia Sentimental // "(...) A voz é minha, mora em mim, mas é uma expressão de Deus".



Melodia Sentimental

Composição Dora Vasconcellos / Heitor Villa-Lobos

Acorda, vem ver a lua
Que dorme na noite escura
Que surge tão bela e branca
Derramando doçura
Clara chama silente
Ardendo meu sonhar
As asas da noite que surgem
E correm o espaço profundo
Oh, doce amada, desperta
Vem dar teu calor ao luar
Quisera saber-te minha
Na hora serena e calma
A sombra confia ao vento
O limite da espera
Quando dentro da noite
Reclama o teu amor
Acorda, vem olhar a lua
Que dorme na noite escura
Querida, és linda e meiga
Sentir meu amor e sonhar.

MARIA BETHANIA // QUANDO O PRÓPRIO AMOR VACILA / A.D.



Eu sei que atrás deste universo de aparências,
das diferenças todas,
a esperança é preservada.

Nas xícaras sujas de ontem
o café de cada manhã é servido.
Mas existe uma palavra que não suporto ouvir,
e dela não me conformo.

Eu acredito em tudo,
mas eu quero você agora.

Eu te amo pelas tuas faltas,
pelo teu corpo marcado,
pelas tuas cicatrizes,
pelas tuas loucuras todas, minha vida.

Eu amo as tuas mãos,
mesmo que por causa delas
eu não saiba o que fazer das minhas.

Amo teu jogo triste.

As tuas roupas sujas
é aqui em casa que eu lavo.

Eu amo a tua alegria.

Mesmo fora de si,
eu te amo pela tua essência.
Até pelo que você poderia ter sido,
se a maré das circunstâncias
não tivesse te banhado
nas águas do equívoco.

Eu te amo nas horas infernais
e na vida sem tempo, quando,
sozinha, bordo mais uma toalha
de fim de semana.

Eu te amo pelas crianças e futuras rugas.

Eu te amo pelas tuas ilusões perdidas
e pelos teus sonhos inúteis.

Amo teu sistema de vida e morte.

Eu te amo pelo que se repete
e que nunca é igual.

Eu te amo pelas tuas entradas,
saídas e bandeiras.

Eu te amo desde os teus pés
até o que te escapa.

Eu te amo de alma para alma.
E mais que as palavras,
ainda que seja através delas
que eu me defenda,
quando digo que te amo
mais que o silêncio dos momentos difíceis,
quando o próprio amor
vacila.

segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

MARIA BETHANIA

<br/><a href="http://video.msn.com/video.aspx?vid=a568deb0-e92e-4d83-8595-d3a764ea2fa4" target="_new" title="Maria Bethania &quot;drama -Luz da Noite&quot; 1973 DVD">Video: Maria Bethania &quot;drama -Luz da Noite&quot; 1973 DVD</a>

MARIA BETHANIA // ONDE ANDARÁS

E POR FALAR EM BETHANIA.................

O trabalho da cantora brasileira Maria Bethânia com a cubana Omara Portuondo foi selecionado entre os melhores CDs de 2008 pelo jornal britânico "The Times".

"Omara Portuondo e Maria Bethânia" entrou na lista de "world music" do jornal. Ao todo, o "Times" selecionou cem CDs.

O comentário que acompanha a seleção informa: "A maior cantora cubana de nossos tempos encontra base comum com uma das vocalistas mais serenas do Brasil" (Folha Online, 07/12/08).
enviado por Neide de Jesus

domingo, 7 de dezembro de 2008

Maria Bethânia - Maricotinha

Maria Bethânia - Brasileirinho ao Vivo

Maria Bethânia - Estrela Do Mar e Pastorinhas

Roberto Mendes - Voz Guia


Letras de Músicas | Letra de Voz Guia

Roberto Mendes - Voz Guia

A minha casa é a Bahia
Mas o mundo é meu lugar
Eu posso até mudar o mundo
Mas não posso me mudar
Lá no fundo de mim mesmo
Essa verdade me queima
E é o que me faz cantar

Canto por todos os cantos
Que o canto me faz cantar
A magia do encanto
Que em todo canto há
Essa minha voz guia
Musicando meu falar
Vem do fundo da Bahia
Para o mundo encantar
Arrebenta calmaria
Acalma a fúria do mar
Reinventa a alegria
Onde alegria não há
Essa minha voz guia
Música do meu falar
Vai virando poesia
Que passeia pelo ar

Roberto Mendes - Vila Do Adeus // MARIA BETHANIA


Letras de Músicas | Letra de Vila Do Adeus

Roberto Mendes - Vila Do Adeus

Histórias que não contam mais
Quando o barco perde a praia
Quando tudo diz adeus
O céu desmaia, a luz do dia não raia
Pois se apaga a luz do céu
A dor se espraia feito pé de samambaia
E antes que a noite caia
Apaga a lua
E a saudade então flutua
Como bólido luzente
Dentro dela a gente vai

Histórias que não voltam mais
Quando os lenços cortam os laços
Num definitivo adeus
Nenhum abraço, nenhum sol nos olhos baços
Nem um traço, nem um véu
Apenas o silêncio e o som de Deus
Apenas o silêncio...

Roberto Mendes - Caribe Calibre Amor


Letras de Músicas | Letra de Caribe Calibre Amor

Amar anima
Amar ânima
Amaralina
Amar é anilina
Amar é nina
É maré menina
Hum amar é ímã
Mamar é amar
Batuque toque
De nego nagô
Sawoodstock
A cor dar a cor da cor
"Chose de loque"
Cor de rosa choque
Aqui jazz o rock
Derradeira dor
Cuba Bahia
Caribe calibre amor
Vodu magia
CaraHavana Salvador
A utopia guerrilhalegria
Nossa fantasia
Vem da mesma dor

Roberto Mendes - A Beira E O Mar


Letras de Músicas | Letra de A Beira E O Mar

Roberto Mendes - A Beira E O Mar

Mesmo que desamanheça e o mundo possa parar

E nem nada mais se pareça invento outro lugar

Faço subir à cabeça o meu poder de sonhar

Faço que a mão obedeça o que o coração mandar

Mesmo que ainda que tarde, não tarde por esperar

Dou um nó cego em seu remelexo e o deixo sem ar

Rodo a baiana ligeiro, faço esse mundo girar

Mas, estarei sempre inteiro, se você despedaçar

Você será sempre a beira e eu toda água do mar

Mesmo que você não queira eu quero e assim será

No fim dessa brincadeira, quando a poeira assentar
Solto o nó do remelexo e deixo você dançar

Quem não deu tem que dar amor
Quem não quer mais voltar chegou
Quem cansou de esperar nadou
Já nadou nesse mar

Se você me amar não dou
Se você me chamar não vou
Se quiser que eu seja não sou
Tudo que me mandar

MARIA BETHANIA // PEDRINHA DE ARUANDA // BETHANIA BEM DE PERTO // QUITANDA/BISCOITO FINO


MARIA BETHÂNIA
Pedrinha de Aruanda/Bethânia Bem De Perto
Quitanda/Biscoito Fino


Maria Bethânia é a cantora brasileira com mais registros em DVD, sejam shows ou documentários. Este lançamento duplo - dois discos na mesma embalagem - traz documentários que capturam flagrantes da vida da artista em momentos distintos. Bethânia Bem De Perto, de Silvio Bressane e Eduardo Escorel, produzido em 1966, e Pedrinha de Aruanda, de Andrucha Waddington, rodado em 2006.

Bethânia Bem De Perto foi filmado em preto e branco e tem por subtítulo A Propósito De Um Show. Ao longo de seus 33 minutos, o filme captura andanças, pensamentos e flagrantes de shows de uma Bethânia recém-chegada ao Rio de Janeiro, que começava a se destacar na cena musical pela força do cantar e personalidade ao exprimir idéias. Com a estética do Cinema Novo, ou seja, imagens nervosas, rápidas, com câmera de mão, é documento vivo de uma época importantíssima da cultura nacional. Entre as canções, Deixa (Baden Powell/Vinícius de Moraes), Não Tem Tradução (Noel Rosa), Pra Dizer Adeus (Edu Lobo/Torquato Neto) e Furacão (Jards Macalé/Capinam).


Pedrinha de Aruanda, rodado em cores, mostra momentos distintos de Bethânia: a preparação de um show, a entrada no palco, o relacionamento doce que mantém com a família, homenagem à mãe, Dona Canô, conversas e canções compartilhadas com Caetano Veloso, recordações de vida e carreira através de temas musicais marcantes, a fé. Estão aqui canções como Motriz (Caetano Veloso), Gente Humilde (Garoto/Finícius de Moraes/Chico Buarque), Felicidade (Lupicínio Rodrigues) e Tristeza do Jeca (Angelino de Oliveira). Nos dois filmes, uma constatação: Maria Bethânia é impressionantemente majestosa, seja aos 20 ou aos 60 anos. Trabalhos emocionantes.

Site oficial: www.mariabethania.com.br

Maria Bethania no Canecao // Susuarana

Os 100+ da música do Século 20: Maria Bethania

sábado, 6 de dezembro de 2008

quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

Por do sol no porto da barra.

Texto de Castro Alves- Um Índio ( Maria Bethania)



Era um sonho dantesco, tombadilho
Tinir de ferros, estalar do açoite
Legião de homens negros como a noite
Horrendos a dançar
Negras mulheres
Levantando as tetas
Magras crianças
Cujas bocas pretas
Regam o sangue das mães
Outras moças
Mas nuas, assustadas
No turbilhão de espectros arrastadas
Em ânsia e mágoas vãs
Um de raiva delira
Outro enloquece
Outro que de martírios embrutece
Chora e dança ali
Senhor Deus dos desgraçados
Dizei-me vós
Senhor Desus
Se é loucura, se é verdade tanto horror
Perante os céus
Quem são esses desgraçados
Que não encontram em vós
Mais que o rio calmo da turba
Dizei-o tu severa musa
Musa libérrima audaz
São os filhos do deserto
Onde a terra esposa a luz
Onde voa em campo aberto
A tribo dos homens nús
São os guerreiros ousados
Que com os tigres mosqueados
Combatem na solidão
Homens simples, fortes, bravos
Hoje míseros escravos
Sem ar, sem luz, sem razão
Lá nas areis infindas das palmeiras no país
Nasceram crianças lindas
Viveram moças gentis
Passam um dia a caravana
Quando a virgem na cabana
Cisma da noite nos véus
Adeus oxossa do monte
Adeus palmeira da fonte
Adeus amores
Adeus
Senhor Deus dos desgraçados
Dizei-me vós Senhor Deus
Se é loucura se é verdade tanto horror
Perante os céus
Oh mar porque não apagas as tuas vagas
De teu nanto este borrão
Astro, noite, tempestade
Rolai das imensidades
Varrei os mares tufão
Existe um povo
Que a bandeira empresta
Para cobrir tanta infâmia e covardia
Que deixa transformar-se nesta festa
Em manto impuro de bacante fria
Meu Deus, meu Deus
Mas que bandeira é essa
Que impudente na gávea tripudia

Auriverde pendão da minha terra
Que a brisa do Brasil beija e balança
Antes te houvessem roto na batalha
Que servires ao um povo de mortalha
Mas a infâmia é demais
Da etérea plaga
Levantai-vos, heróis do novo mundo
Andrada arranca este pendão dos ares
Colombo fecha a porta de teus mares (Castro Alves)

UM ÍNDIO

Un índio descerá de uma estrela colorida e brilhante
De uma estrela que virá numa velocidade estonteante
E pousará no coração do hemisfério Sul da América
Num claro instate
Depois de exterminada a última nação indígena
E os espíritos dos pássaros
Das fontes de água limpa
Mais avançada que a mais avançada das mais avançadas
Das tecnologias

Virá
Impávido que nem Mohammed Ali
Virá que eu vi
Apaixonadamente como Peri
Virá que eu vi
Tranquilo e infalível como Bruce Lee
Virá que eu vi
O axé do afoxé filhos de Gandhi
Virá

Um índio preservado em pleno corpo físico
Em todo sólido, todo gás, todo líquido
Em átmos, palavras, alma, cor
Em gesto, em cheiro, em sombra, em luz, em som magnífico
Num ponto equidestante entre o Atlântico e o Pacífico
Do objeto sim resplandescente descerá o índio
E as coisas que eu ja sei que ele dirá, fará
Não sei dizer assim de um modo explícito

Virá
Impávido que nem Mohammed Ali
Virá que eu vi
Apaixonadamente como Peri
Virá que eu vi
Tranquilo e infalível como Bruce Lee
Virá que eu vi
O axé do afoxé filhos de Gandhi
Virá

E aquilo que nesse momento se revelará aos povos
Surpreenderá a todos não por ser exótico
Mas pelo fato de poder ter sempre estado oculto
Quando terá sido o óbvio
Virá (Caetano Veloso)

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

sexta-feira, 28 de novembro de 2008

Maria Bethânia - Cálice

EVENTOS

Fique por dentro do que vai acontecer:

Show na Bahia - Bethânia Saúda Vieira e Canta a Misericórdia
Dia: 10 de Dezembro de 2008
Horário: Às 21:00 horas
Local: Igreja da Misericórdia
Endereço: Rua da Misericórdia, Centro Histórico
Cidade: Salvador
Ingressos: Variam de R$300,00 a R$500,00
Mais informações: Com a Srª Rosângela pelo telefone: (0xx71) 2203-9658

Show na França
Dia: 24 de Fevereiro de 2009
Horário: Às 20:00 horas
Local: Salle Pleyel
Endereço: 252, Rue du Faubourg Saint-Honoré, 75008
Cidade: Paris
Ingressos: Variam de € 45,00 a € 60,00 conforme localização
Mais informações: www.sallepleyel.fr // Telefone: 01 42 56 13 13 das 11:00 às 19:00 horas

Fonte Rosa dos Ventos

ALCIONE & BETHANIA // TERNURA ANTIGA

MARIA BETHANIA // AVE MARIA

MARIA BETHANIA & GAL COSTA

MARIA BETHANIA & GAL COSTA

MARIA BETHANIA & GAL COSTA

quinta-feira, 27 de novembro de 2008

domingo, 23 de novembro de 2008

MARIA BETHANIA & ROBERTO CARLOS // DESABAFO

NO CENÁRIO TINHA................

" PAZ NA TERRA AOS HOMENS DE

BOAS MANEIRAS "

Maria Bethânia - Programa Ensaio 1993

Maria Bethânia - Programa Ensaio 1993

Maria Bethânia - Programa Ensaio 1993

Maria Bethânia - Programa Ensaio 1993

Maria Bethânia - Programa Ensaio 1993

Maria Bethânia - Programa Ensaio 1993

Maria Bethânia - Programa Ensaio 1993

Maria Bethânia - Programa Ensaio 1993

Maria Bethânia - Programa Ensaio 1993

Maria Bethânia - Programa Ensaio 1993

Maria Bethânia e Omara Portuondo - Lacho / Drume Negrita

Vinicius de Moraes e Maria Bethânia (1967)

Maria Bethânia - Vida


Maria Bethânia - Eu que não sei quase nada do mar



LINDAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA!!!

Maria Bethania - Eu que não sei quase nada do Mar

A Moça do Sonho - Maria Bethânia.

sábado, 22 de novembro de 2008

DENTRO DO MAR TEM RIO - MÚSICAS

1 ATO

Canto de Nanã

Ê de noite ê de noite até de manhã
Ê ouvi cantar prá Nanã

Beira-mar

Dentro do mar tem rio...
Dentro de mim tem o quê?
Vento, raio, trovão
As águas do meu querer

Dentro do mar tem rio...
Lágrima, chuva, aguaceiro
Dentro do rio um terreiro
Dentro do terreiro o quê?

Dentro do raio trovão
E o raio logo se vê
Depois da dor se acende
Tua ausência na canção

Desagua em mim a paixão
No coração um berreiro
Dentro de você o quê?
Chamas de amor em vão

Um mar de sim e de não
Dentro do mar tem rio
É calmaria e trovão
Dentro de mim tem o quê?

Dentro da dor a canção
Dentro do guerreiro flor
Dama de espada na mão
Dentro de mim tem você
Beira-mar

Beira-mar
Ê ê beira-mar
Cheguei agora
Ê ê beira-mar
Beira-mar beira de rio
Ê ê beira-mar

Asa Branca

Quando olhei a terra ardendo
Qual fogueira de São João
Eu perguntei a deus do céu
Por que tamanha judiação?

Que braseiro, que fornalha
Nem um pé de plantação
Por falta d’água perdi meu gado
Morreu de sede meu alazão

Até mesmo a asa branca
Bateu asas do sertão
Então eu disse adeus rosinha
Guarda contigo meu coração

Hoje longe muitas léguas
Nessa triste solidão
Espero a chuva cair de novo
Pra “mim” voltar pro meu sertão

Quando o verde dos teus olhos
Se espalhar na plantação
Lhe asseguro não chore não, viu?
Que eu voltarei, viu, meu coração
TEXTO: “ATRAVÉS DO MEU CORAÇÃO PASSOU UM BARCO QUE NÃO PÁRA DE SEGUIR SEM MIM O SEU CAMINHO”


Grão de mar

Lá no meu sertão plantei
Sementes de mar
Grãos de navegar
Partir
Só de imaginar eu vi
Água de aguardar
Onda a me levar
E eu quase fui feliz

Mas nos longes onde andei
Nada de achar
Mar que semeei
Perdi
A flor do sertão caiu
Pedra de plantar
Rosa que não há
Não dá, não dói nem diz

E o mar ficou
Lá no sertão
E o meu sertão
Em nenhum lugar
Como amor que eu nunca encontrei
Mas existe em mim

O nome da cidade

Onde será que isso começa
A correnteza sem paragem
O viajar de uma viagem
A outra viagem que não cessa
Cheguei ao nome da cidade
Não a cidade mesma espessa
Rio que não é Rio: imagens
Essa cidade me atravessa
Ôôôô êh boi êh bus
Será que tudo me interessa
Cada coisa é demais e tantas
Quais eram minhas esperanças
O que é ameaça e o que é promessa
Ruas voando sobre ruas
Letras demais, tudo mentindo
O Redentor que horror, que lindo
Meninos maus, mulheres nuas

Ôôôô êh boi êh bus
A gente chega sem chegar
Não há meada, é só o fio
Será que pra o meu próprio Rio
Este Rio é mais mar que mar
Ôôôô êh boi êh bus
Sertão ê mar

TEXTO: O MAR AZUL E BRANCO E AS LUZIDAS PEDRAS, ONDE O QUE ESTÁ LAVADO SE REVELA PARA O RITO DO ESPANTO E DO COMEÇO, ONDE SOU A MIM MESMA DEVOLVIDA EM SAL, ESPUMA E CONCHA REGRESSADA À PRAIA INICIAL DE MINHA VIDA.

Kirimurê

Espelho virado ao céu
Espelho do mar de mim
Iara índia de mel
Dos rios que correm aqui
Rendeira da beira da terra
Com a espuma da esperança
Kirimurê linda varanda
De águas salgadas mansas
De águas salgadas mansas
Que mergulham dentro de mim
Meu Deus deixou de lembrança
Na historia dos sambaquis
Na fome da minha gente
E nos traços que eu guardo em mim
Minha voz é flecha ardente
Nos catimbós que vivem aqui

Eira e beira
Onde era mata hoje é o Bonfim
De onde meu povo espreitava baleias
É farol que desnorteia a mim
Eira e beira
Um caboclo não é serafim
Salvem as folhas brasileiras
Salvem as folhas prá mim
Se me der a folha certa
E eu cantar como aprendi
Vou livrar a Terra inteira
De tudo que é ruim

Eu sou o dono da terra
Eu sou o caboclo daqui
Eu sou o dono da terra
Eu sou o caboclo daqui

Eu sou Tupinambá que vigia
Eu sou o dono daqui
Eu sou Tupinambá que vigia
Eu sou o caboclo daqui

Pedrinha Miudinha

Pedrinha miudinha de Aruanda ê
Lajedo tão grande
Pedrinha de Aruanda ê

Pedrinha miudinha de Aruanda ê
Lajedo tão grande
Pedrinha de Aruanda ê

TEXTO: “QUANDO EU NÃO ERA NINGUÉM / ERA VENTO, TERRA E ÁGUA / ELEMENTOS EM AMÁLGAMA / NO CORAÇÃO DE OLORUM”

História pro Sinhozinho

Na hora em que o sol se esconde
O sono chega
E o sinhosinho vai procurar

A velha de colo quente
Que canta quadras
Que conta historias
Para ninar

Sinhá Zefa que conta histórias
Sinhá Zefa sabe agradar
Sinhá Zefa que quando nina
Acaba por cochilar

Sinhá Zefa vai murmurando
Historias para ninar

Peixe é esse meu filho
Não meu pai
Peixe é esse
É mutum, manguenem
É coca-do-mato
Guenem-guenem
Suê, filho ê
Toca-ê
Marimba-ê


Cirandas

Cavalo marino
Dança no terreiro
Que a dona da casa
Tem muito dinheiro
Cavalo marinho
Dança na calçada
Que a dona da casa
Tem galinha assada

Peixinho marinho
Quem te ensinou a nadar?
Peixinho marinho
Quem te ensinou a nadar?
Foi foi foi minha mãe
A sereia do mar

A maré encheu
A maré vazou
Os cabelos da morena
O riacho carregou

Vadeia Dois-Dois
Vadeia no mar
A casa é sua Dois-Dois
Eu quero ver vadiar

O vapor de Cachoeira não navega mais no mar
O vapor de Cachoeira não navega mais no mar
Arriba a prancha toca o búzio
Nós queremos navegar
Ai ai ai ai
Nós queremos navegar

Santo Amaro

Ói eu Santo Amaro ói eu
Ói eu Santo Amaro ói eu
Ói eu Santo Amaro ói eu
No dia em que eu encontrei o amor
Espelho d’água me iluminou
Senti que o sonho era Meu Senhor
Na cor do dia que eu encontrei o amor
Ói eu Santo Amaro ói eu
Ói eu Santo Amaro ói eu
Ói eu Santo Amaro ói eu
Eu carrego a beleza desse amor
Como a reza que leva o andor
Como a gloria que vem do resplendor
Com a força de Deus que me criou
Quando a cor da paixão me perfumou
No dia em que eu encontrei o amor


Sereia de água doce

Andando de manhãzinha
Um compadre amigo meu
Se assustou com a moça linda
Que passou ao lado seu
Correndo ele veio avisar
Branco, tremeu, gritou
Você não vai acreditar
Na sereia que aqui passou

De onde ela é
É do Bonito quem diz
É o que preciso
O rio Bonito é feliz
É o Paraíso
O rio Bonito senhor
Não fica triste
Praia coberta de flor
Sempre resiste

Daqui a pouco vem João
Correndo, gritando e acenando com a mão
Animado vem avisar
Que os homens tão loucos
A moça a sambar
Quando chego na roda de samba
Só pode ser Deus quem fez
Cinturinha de pilão
Mariquinha não chega aos seus pés



De papo pro ar

Eu não quero outra vida
Pescando no rio de Jereré
Tenho peixe bom
Tem siri patola
De dá com o pé

Quando no terreiro
Faz noite de luar
E vem a saudade me atormentar
Eu me vingo dela
Tocando viola de papo pro ar

Se ganho na feira
Feijão, rapadura
Prá que trabalhar
Gosto do rancho
E o homem não deve
Se amofinar

Riacho do Navio

Riacho do Navio corre pro Pajeú
O rio Pajeú vai despejar no São Francisco
O rio São Francisco vai bater no meio do mar
O rio São Francisco vai bater no meio do mar
Se eu fosse um peixe
Ao contrário do rio
Nadava contra as águas e nesse desafio
Saía lá do mar, pra o riacho do navio
Eu ia diretinho pro riacho do navio
Pra ver o meu brejinho
Fazer umas caçadas, ver as pegas de boi
Andar nas vaquejadas
Dormir ao som do cocalho
E acordar com a passarada
Sem rádio e sem notícia
Das terras civilizadas

Águas de Cachoeira

Lá na pedreira
Rola da cachoeira
Uma água forte
Prá me banhar
Uma água forte
Prá me banhar

Ela me enche de fé
Me dando um banho de paz

Bebo dela no coité
E vejo o bem que me faz
Água de beber
Água de molhar
Água de benzer
Água de rezar

Na boca da mata
Tem pedras de ouro
Tem pedras de prata
E aves de agouro
Tem um doce mistério
Que eu não sei contar
Eu só sei dizer prá você
Que meu pai mora lá

Lá na pedreira
Rola da cachoeira
Uma água forte
Prá me molhar
Uma água forte
Prá me molhar

O vento

Vamos chamar o vento
Vamos chamar o vento

TEXTO: PROCELÁRIA

“É vista quando há vento e grande vaga
Ela faz o ninho no rolar da fúria
E voa firme e certa como bala

As suas asas empresta à tempestade
Quando os leões do mar rugem nas grutas
Sobre os abismos passa e vai em frente

Ela não busca a rocha o cabo o cais
Mas faz da insegurança sua força
E do risco de morrer seu alimento

Por isso me parece imagem justa
Para quem vive e canta no mau tempo.”

A dona do raio e do vento

O raio de Inhansã sou eu
Cegando o aço das armas de quem guerreia
E o vento de Inhansã também sou eu
Que Santa Bárbara é Santa que me clareia

A minha voz é o vento de maio
Cruzando os ares, os mares e o chão
E meu olhar tem a foca do raio
que vem de dentro do meu coração

O raio de Inhansã sou eu
Cegando o aço das armas de quem guerreia
E o vento de Inhansã também sou eu
Que Santa Bárbara é Santa que me clareia

Eu não conheço rajada de vento
Mais poderosa que a minha paixão
E quando o amor relampeia aqui dentro
Vira um corisco esse meu coração

Eu sou a casa do raio e do vento
Por donde eu passo é zunido é clarão
Porque Inhansã desde o meu nascimento
Tornou-se a dona do meu coração

O raio de Inhansã sou eu
Cegando o aço das armas de quem guerreia
E o vento de Inhansã também sou eu
Que Santa Bárbara é Santa que me clareia

O raio de Inhansã sou eu
E o vento de Inhansã também sou eu
O raio de Inhansã sou eu

“Sem ela não se anda

Ela é a menina dos olhos de Oxum

Flecha que mira o sol

Oiá de mim”

O raio de Inhansã sou eu
E o vento de Inhansã





2 ATO

Memórias do mar

A água do mar na beira do cais
Vai e volta volta e meia vem e vai

A água do mar na beira do cais
Vai e volta volta e meia vem e vai

Quem um dia foi marinheiro audaz
Relembra histórias
Que feito ondas não voltam mais

Velhos marinheiros do mar da Bahia
O mundo é o mar
Maré de lembranças
Lembranças de tantas voltas que o mundo dá

Tempestades e ventos
Tufões violentos
Arrebentação
Hoje é calmaria
que dorme dentro do coração

Velhos marinheiros do mar da Bahia
O mundo é aqui
Maré mansa e morna
De Plataforma ou de Peri-Peri

Velhos marinheiros do mar da Bahia
O mundo é o mar
Maré de lembranças
Lembranças de tantas voltas que o mundo dá

TEXTO: MAR, METADE DE MINHA ALMA É FEITA DE MARESIA

TEXTO:
“MAR SONORO, MAR SEM FUNDO MAR SEM FIM.
A TUA BELEZA AUMENTA QUANDO ESTAMOS SÓS
E TÃO FUNDO INTIMAMENTE A TUA VOZ
SEGUE O MAIS SECRETO BAILAR DO MEU SONHO
QUE MOMENTOS HÁ EM QUE EU SUPONHO
SERES UM MILAGRE CRIADO SÓ PARA MIM”

YEMANJÁ RAINHA DO MAR

Quanto nome tem a Rainha do Mar?
Quanto nome tem a Rainha do Mar?

Dandalunda, Janaína,
Marabô, Princesa de Aiocá,
Inaê, Sereia, Mucunã,
Maria, Dona Iemanjá.

Onde ela vive?
Onde ela mora?

Nas águas,
Na loca de pedra,
Num palácio encantado,
No fundo do mar.

O que ela gosta?
O que ela adora?

Perfume,
Flor, espelho e pente
Toda sorte de presente
Prá ela se enfeitar.

Como se saúda a Rainha do Mar?
Como se saúda a Rainha do Mar?

Alodê, Odofiaba,
Minha-mãe, Mãe-d’água,
Odoyá!

Qual é seu dia,
Nossa Senhora?

É dia dois de fevereiro
Quando na beira da praia
Eu vou me abençoar.

O que ela canta?
Porquê ela chora?

Só canta cantiga bonita
Chora quando fica aflita
Se você chorar.

Quem é que já viu a Rainha do Mar?
Quem é que já viu a Rainha do Mar?

Pescador e marinheiro,
Quem escuta a Sereia cantar.
É com o povo que é praieiro
Que Dona Iemanjá quer se casar.


TEXTO: “VEM DO MAR AZUL O MARINHEIRO, VEM TRANQUILO, RITMADO, INTEIRO, PERFEITO COMO UM DEUS, ALHEIO ÀS RUAS.”

O marujo português

Quando ele passa
O marujo português
Não anda passa a bailar
Como ao sabor das marés

Quando se ginga
Faz tal jeito
Tem tal proa
Só pra que não se distinga
Se é corpo humano ou canoa

Chega a Lisboa
Salta do barco e num salto
Vai parar à Madragoa
Ou então ao Bairro Alto
Entra em Alfama
E faz de Alfama um convés
Há sempre um Vasco da Gama
Num marujo português

Quando ele passa
Com seu alcance vistoso
Traz sempre pedras de sal
No olhar malicioso
Põe com malícia a sua boina maruja
Mas se inventa uma carícia
Não há mulher que lhe fuja

Uma madeixa
De cabelo descomposta
Pode até ser a fateixa
De que uma varina gosta

Quando ele passa
O marujo português
Passa o mar numa ameaça
De carinhosas marés

Sábado em Copacabana

E depois de trabalhar toda a semana
Meu sábado não vou desperdiçar
Já fiz o meu programa pra esta noite
E já sei por onde começar

Um bom lugar para encontrar: Copacabana
Prá passear à beira-mar: Copacabana
Depois num bar à meia-luz: Copacabana
Eu esperei por essa noite uma semana

Um bom jantar depois dançar: Copacabana
Pra se amar, um só lugar para se amar: Copacabana
A noite passa tão depressa, mas vou voltar
Se pra semana, eu encontrar um novo amor
Copacabana

Eu que não sei quase nada do mar

Garimpeira da beleza
Te achei na beira de você me achar
Me agarra na cintura, me segura e jura que não vai soltar
E vem me bebendo toda, me deixando tonta de tanto prazer
Navegando nos meus seios, mar partindo ao meio
Não vou esquecer

Eu que não sei quase nada do mar
Descobri que não sei nada de mim

Clara, noite rara, nos levando além da arrebentação
Já não tenho medo de saber quem somos na escuridão

Me agarrei em seus cabelos
Sua boca quente prá não me afogar
Tua língua correnteza lambe minhas pernas
Como faz o mar
E vem me bebendo toda, me deixando tonta de tanto prazer
Navegando nos meus seios, mar partindo ao meio
Não querer esquecer

Eu que não sei quase nada do mar
Descobri que não sei nada de mim


TEXTO: “AMOR É SEDE DEPOIS DE SE TER BEM BEBIDO”

A saudade mata a gente

Fiz meu rancho na beira do rio
Meu amor foi comigo morar
E na rede, nas noites de frio
O meu bem me abraçava prá me agasalhar
Mas agora meu bem foi-se embora
Foi-se embora e não sei se vai voltar
E a saudade nas noites de frio
Em meu peito vazio virá se aninhar

A saudade mata a gente, morena
A saudade é dor pungente, morena
A saudade mata a gente, morena

Gostoso Demais

Saudade de tu, meu desejo
Saudade do beijo e do mel
Do teu olhar carinhoso
Do teu abraço gostoso
De passear no teu céu
É tão difícil ficar sem você
O teu amor é gostoso demais
Teu cheiro me dá prazer
Eu quando estou com você
Estou nos braços da paz
Pensamento viaja
E vai buscar meu bem-querer
Não posso ser feliz, assim
Tem dó de mim
o que que eu posso fazer?

Você

Você, que tanto tempo faz,
Você que eu não conheço mais
Você, que um dia eu amei demais
Você, que ontem me sufocou
De amor e de felicidade
Hoje me sufoca de saudade
Você, que já não diz pra mim
As coisas que preciso ouvir
Você, que até hoje eu não esqueci
Você, que eu tento me enganar
Dizendo que tudo passou
Na realidade, aqui em mim
Você ficou
Você que eu não encontro mais
Os beijos que já não lhe dou
Fui tanto pra você
E hoje nada sou

SOB MEDIDA

Se você crê em Deus
Erga as mão para os céus
E agradeça
Quando me cobiçou
Sem querer acertou
Na cabeça
Eu sou sua alma gêmea
Sou sua fêmea
Seu par, sua irmã
Eu sou seu incesto (seu jeito, seu gesto)
Sou igual a você
Eu nasci pra você
Eu não presto
Eu não presto

Traiçoeira e vulgar
Sou sem nome e sem lar
Sou aquela
Eu sou filha da rua
Eu sou cria da tua
Costela
Sou bandida
Sou solta na vida
E sob medida
Pros carinhos seus
Meu amigo
Se ajeite comigo
E dê graças a Deus

Se você crê em Deus
Encaminhe aos céus
Uma prece
E agraceça ao Senhor
Você tem o amor
Que merece

Memória das águas

Amores são águas doces
Paixões águas salgadas
Queria que a vida fosse
Essas águas misturadas

Eu que já fui afluente
Das águas da fantasia
Hoje molho mansamente
As margens da poesia

Cachoeira da Vitória
Timbó das pedras de seixo
Vocês são minha memória
Correm em mim desde o começo

Quando o Subaé subia
Beijando o Sergimirim
Um amor de águas limpas
Nascia dentro de mim

E foi assim pela vida
Navegando em tantas águas
Que mesmo as minhas feridas
Viraram ondas ou vagas

Hoje eu lembro dos meus rios
Em mim mesma mergulhada
Águas que movem moinhos
Nunca são águas passadas

Eu sou memória das águas
Eu sou memória das águas

Lágrima

Lágrima por lágrima
Hei de te cobrar
Todos os meus sonhos
Que tu carregaste
Hás de me pagar
A flor dos meus anos
Meus olhos insanos
De te esperar
Os meus sacrifícios, meus medos, meus vícios,
Hei de te cobrar
Cada ruga
Que eu trouxer no rosto
Cada verso triste que a dor me ensinar
Cada vez que no meu coração morrer uma ilusão
Hás de me pagar
Toda festa que adiei
Tesouros que entreguei à imensidão do mar
As noites que encarei sem Deus
Na cruz do teu adeus
Hei de te cobrar


Cantigas Populares

Tava na beira do rio
Esperando a minha amada prá sambar

Tava na margem do Amazonas
Como vai, como passou Sinhá Dona
Deus lhe dê boa noite Sinhá Dona

Menina linda, por que me olha?
Se me conhece, por que não me namora?
Menina linda, por que me olha?
Se me conhece, por que não me namora?

Você matou meu sabiá
Rosa morena eu vou prá ribeira sambar

Mandei selar meu cavalo
Na hora de eu viajar
Peguei a mão da morena
Ela se pôs a chorar
Não chora não moreninha
Eu vou mas torno a voltar
Deixo um abraço apertado
Que é prá de mim se alembrar
Moreno quando tu fôr
Me leva




TEXTO: POETAS POPULARES
“A nossa poesia é uma só
Eu não vejo razão pra separar
Todo o conhecimento que está cá
Foi trazido dentro de um só mocó
E ao chegar aqui abriram o nó
E foi como se ela saísse do ovo
A poesia recebeu sangue novo
Elementos deveras salutares
Os nomes dos poetas populares
Deveriam estar na boca do povo
No contexto de uma sala de aula
Não estarem esses nomes me dá pena
A escola devia ensinar
Pro aluno não me achar um bobo
Sem saber que os nomes que eu louvo
São vates de muitas qualidades.
O aluno devia bater palma
Saber de cada um o nome todo
Se sentir satisfeito e orgulhoso
E falar deles para os de menor idade
Os nomes dos poetas populares”

Filosofia Pura
(Roberto Mendes)

Quanto mais a gente ensina mais aprende o que ensinou
Ê, ah, ê, ô
Ê, ah, ê, ô
O desejo da menina quando o seu corpo fulmina
Acende o fogo do amor
Ê, ah, ê, ô
Ê, ah, ê, ô
E a sensação divina de dominar quem domina
É que cura qualquer dor
Ê, ah, ê, ô
Ê, ah, ê, ô
Pois trocar vida com vida é somar na dividida
Multiplicando o amor
Pra que o sonho dessa gente não seja mais afluente
Do medo em que desaguou

Vou aprender a ler, pra ensinar meus camaradas
Aprender a ler, pra ensinar meus camaradas

Ê, ah, ê, ô
Ê, ah, ê, ô

TEXTO: QUANDO EU MORRER, VOLTAREI PARA BUSCAR OS INSTANTES QUE NÃO VIVI JUNTO DO MAR.

Canto de Oxum

Nhem-nhem-nhem
Nhem-nhem ô xorodô
Nhem-nhem-nhem
Nhem-nhem ô xorodô
É o mar, é o mar
Fé-fé xorodô

Oxum era rainha,
Na mão direita tinha
O seu espelho onde vivia
A se mirar

Debaixo D´água

Debaixo d’água tudo era mais bonito
Mais azul mais colorido
Só faltava respirar
Mas tinha que respirar

Debaixo d’água se formando como um feto
Sereno confortável amado completo
Sem chão sem teto sem contato com o ar
Mas tinha que respirar
Todo dia
Todo dia, todo dia
Todo dia
Todo dia, todo dia

Debaixo d’água por encanto sem sorriso e sem pranto
Sem lamento e sem saber o quanto
Esse momento poderia durar
Mas tinha que respirar

Debaixo d’água ficaria para sempre ficaria contente
Longe de toda gente para sempre
No fundo do mar
Mas tinha que respirar
Todo dia
Todo dia, todo dia
Todo dia
Todo dia, todo dia

Debaixo d’água protegido salvo fora de perigo
Aliviado sem perdão e sem pecado
Sem fome sem frio sem medo sem vontade de voltar
Mas tinha que respirar

Debaixo d’água tudo era mais bonito
Mais azul mais colorido
só faltava respirar
mas tinha que respirar
todo dia

Agora

Agora que agora é nunca
Agora posso recuar
Agora sinto minha tumba
Agora o peito a retumbar
Última resposta
Agora quartos de hospitais
Agora abrem uma porta
Agora não se chora mais
Agora a chuva evapora

Agora ainda não choveu
Agora tenho mais memória
Agora tenho o que foi meu
Agora passa a paisagem
Agora não me despedi
Agora compro uma passagem
Agora ainda estou aqui
Agora sinto muita sede

Agora já é madrugada
Agora diante da parede
Agora falta uma palavra
Agora o vento no cabelo

Agora toda a minha roupa
Agora volta pro novelo
Agora a língua em minha boca
Agora meu avô já vive
Agora meu filho nasceu
Filho que não tive
Agora a criança sou eu
Agora sinto um gosto doce

Agora vejo a cor azul
Agora a mão de quem me trouxe
Agora é só meu corpo nu
Agora eu nasço lá de fora
Agora a minha mãe é o ar
Agora eu vivo na barriga
Agora eu brigo pra voltar
Agora
Agora
Agora

TEXTO:
“Sempre pensar em ir
caminho do mar.
Para os bichos e rios
Nascer já é caminhar.
Eu não sei o que os rios
têm de homem do mar
Mas sei que se sente o mesmo
e exigente chamar”

Francisco, Francisco

O menino e velho Chico viagens
Mergulham em meus olhos
Barrancos, carrancas, paisagens
Francisco, Francisco
Tantas águas corridas
Lágrimas escorridas, despedidas, saudades
Francisco meu santo, a velha canoa
Gaiolas são pássaros
Flutuantes imagens deságuam os instantes
O vento e a vela
Me levam distante

Adeus velho Chico
Diz o povo nas margens

MEU DIVINO SÃO JOSÉ

Meu divino São José
Aqui estou a vossos pés
Dai-nos chuva com abundância
Meu divino São José

TEXTO: ULTIMATUM

Mandado de despejo aos mandarins do mundo
Fora tu reles esnobe plebeu
E fora tu, imperialista das sucatas, charlatão da sinceridade e tu da juba socialista
e tu qualquer outro.
Ultimatum a todos eles e a todos que sejam como eles, todos.
Monte de tijolos com pretensões a casa, inútil luxo, megalomania triunfante e tu Brasil, blague de Pedro Álvares Cabral que nem te queria descobrir .
Ultimatum a vós que confundis o humano com o popular, que confundis tudo!
Vós anarquistas deveras sinceros socialistas a invocar a sua qualidade de trabalhadores para quererem deixar de trabalhar.
Sim, todos vos que representais o mundo, homens altos passai por baixo do meu desprezo
Passai aristocratas de tanga de ouro,
Passai frouxos
Passai radicais do pouco!
Quem acredita neles? Mandem tudo isso para casa descascar batatas simbólicas
Fechem-me tudo isso a chave e deitem a chave fora.
Sufoco de ter só isso a minha volta.
Deixem-me respirar! Abram todas as janelas
Abram mais janelas do que todas as janelas que há no mundo.
Nenhuma idéia grande, nenhuma corrente política que soe a uma idéia grão!
E o mundo quer a inteligência nova, a sensibilidade nova
O mundo tem sede de que se crie
O que aí está a apodrecer a vida, quando muito, é estrume para o futuro.
O que aí está não pode durar porque não é nada.
Eu, da raça dos navegadores, afirmo que não pode durar!
Eu, da raça dos descobridores, desprezo o que seja menos que descobrir um novo mundo.
Proclamo isso bem alto, braços erguidos,
fitando o Atlântico e saudando abstratamente o infinito.
Álvaro de Campos, 1917.
Movimento dos barcos

Tô cansado e você também
Vou sair sem abrir a porta
E não voltar nunca mais
Desculpe a paz que eu lhe roubei
O futuro esperado que eu não dei
É impossível levar um barco sem temporais
E suportar a vida como um momento além do cais
Que passa ao largo de nosso corpo

Não quero ficar dando adeus
As coisas passando, eu quero
É passar com elas, eu quero
E não deixar nada mais
Do que as cinzas de um cigarro
A marca de um abraço no teu corpo

Não, não sou eu quem vai ficar no porto
Chorando, não
Lamentando o eterno movimento
Movimento dos barcos, movimento
Movimento dos barcos, movimento


BIS:
Das Maravilhas do mar, fez-se o esplendor de uma noite

Deixa-me encantar
Com tudo teu e revelar
O que vai acontecer
Nessa noite de esplendor
O mar subiu na linha do horizonte
Desaguando como fonte
Ao vento a ilusão teceu
O mar
Por onde andei mareou
Rolou na dança das ondas
No verso do cantador

Dança quem tá na roda
Roda de brincar
Prosa na boca do vento
E vem marear

Eis o cortejo irreal
Com as maravilhas do mar
Fazendo o meu carnaval
É a brisa a bailar
O sol raiou prá clarear a poesia
Num sentimento que desperta na folia
Amor amor
Amor sorria ô ô ô
Um novo dia despertou

E lá vou eu
Pela imensidão do mar
Essa onda que borda a avenida de espuma
E me arrasta a sambar

A-LA-LA-OH

A-la-la-oh
Mas que calor

Alah meu bom Alah
Mande água pra Iô-Iô
Mande água pra Iá-Iá
Alah meu bom Alah

A-la-la-oh
Mas que calor

Vou deixar chover
Vou deixar molhar
Que no molhado é melhor de se brincar

CHIQUITA BACANA

Eu sou a filha da Chiquita Bacana
Nunca entro em cana, porque sou família demais
Puxei a mamãe
Não caio em armadilha
E distribuo banana com os animais
Nunca entro em cana

Na minha ilha yeh yeh yeh
Que maravilha yeh yeh yeh
Eu transo todas sem perder o tom
E a quadrilha toda grita yeh yeh yeh
Viva a filha da Chiquita yeh yeh yeh
Entrei pra Women's liberation front

NÃO SE PERCA DE MIM
Não se perca de mim
Não se esqueça de mim
Não desapareça
A chuva tá caindo
E quando a chuva começa
Eu acabo de perder a cabeça

Não saia do meu lado
Segura o meu pierrô molhado
E vamos embora ladeira abaixo
acho que a chuva ajuda a gente a se ver
venha, veja, deixa, beija
seja o que Deus quiser

A gente se embala
se embora, se embola
Só pára na porta da igreja

A gente se olha
Se beija se molha
De chuva, suor e cerveja
ÁGUA LAVA TUDO

A água lava lava lava tudo
A água só não lava a língua dessa gente
A água lava lava lava tudo
A água só não lava a língua dessa gente





CD 1 - 1º ATO

Instrumental Floresta do Amazonas / Canto de Nanã
(Villa-Lobos) / (Dorival Caymmi)

Beira-Mar
(Roberto Mendes / Capinan)

Asa Branca
(Luiz Gonzaga / Humberto Teixeira)
Texto: Navegações XIV
(Sophia de Mello Breyner)
Grão de Mar
(Márcio Arantes / Chico César)
O Nome da Cidade
(Caetano Veloso)
Texto: Inicial
(Sophia de Mello Breyner)
Kirimulê
(Jota Veloso)

Pedrinha Miudinha / Orixá
(Domínio Público) / (Jorge Portugal)

História pro Sinhozinho / Cirandas
(Dorival Caymmi) / (Domínio Público)

Santo Amaro
(Roque Ferreira / Délcio Carvalho)

Sereia de Água Doce
(Vanessa da Mata)

De Papo pro Ar
(Joubert de Carvalho / Olegário Mariano)

Riacho do Navio
(Luiz Gonzaga e Zé Dantas)

Água de Cachoeira
(Jovelina Pérola Negra / Carlito Cavalcanti)

O Vento / Texto Procelária
(Dorival Caymmi) / (Sophia de Mello Breyner)

A Dona do Raio e do Vento / Oração de Oiá
(Paulo César Pinheiro) / (Maria Bethânia)

Instrumental Moda / Temporal / Tempo de Caboclinhos
(Guerra Peixe) / (Dorival Caymmi) / (Ernani Aguiar)
CD 2 - 2º ATO

Memórias do Mar / Texto: Mar metade de minha alma é feita de maresia
(Vevé Calazans / Jorge Portugal) / (Sophia de Mello Breyner)

Texto: Mar Sonoro
(Sophia de Mello Breyner)

Yemanjá Rainha do Mar
(Pedro Amorim / Paulo César Pinheiro)

Texto: Marinheiro Real
(Sophia Mello Breyner)

O Marujo Português
(Linhares Barbosa / Artur Ribeiro)

Eu que não sei quase nada do Mar
(Ana Carolina / Jorge Vercilo)

Texto: Amor é sede depois de se ter bem bebido / A saudade mata a gente
(Guimarães Rosa) / (João de Barro / Antônio Almeida)

Gostoso Demais
(Dominguinhos / Nando Cordel)

Você
(Erasmo Carlos / Roberto Carlos)

Sob Medida
(Chico Buarque)

Memórias da Água
(Roberto Mendes / Jorge Portugal)

Lágrima
(Roque Ferreira)

Cantigas Populares
(Domínio Público)

Texto: Poesia
(Antonio Vieira)

Filosofia Pura
(Roberto Mendes / Jorge Portugal)

Texto: Quando eu morrer, voltarei para buscar os instantes que não viví junto ao Mar / Canto de Oxum
(Sophia de Mello Breyner) / (Toquinho / Vinicius de Moraes)

Debaixo d´água / Agora
(Arnaldo Antunes) / (Tony Bellotto / Charles Gavin / Branco Mello / Nando Reis / Marcelo Fromer / Paulo Miklos / Sérgio Britto / Arnaldo Antunes)

Texto: O Rio
(João Cabral de Melo Neto)

Francisco, Francisco / Meu Divino São José
(Roberto Mendes / Capinan) / (Domínio Público)

Francisco, Francisco / Meu Divino São José
(Roberto Mendes / Capinan) / (Domínio Público)

Texto: Ultimatum
(Álvaro de Campos)

Movimento dos Barcos
(Jards Macalé / Capinan)

Das maravilhas do Mar fez-se o esplendor de uma noite
(David Corrêa / Jorge Macedo)

A-la-la-ô / Chiquita Bacana / Chuva, Suor e Cerveja / Água lava tudo / Frevo Molhado
(Haroldo Lobo / Nássara) / (Alberto Ribeiro / João de Barro) / (Caetano Veloso) / (Paquito / Jorge Gonçalves / Romeu Gentil) / (Jai)