sábado, 26 de junho de 2010

SOPHIA DE MELLO BREYNER ANDRESEN

FUNDO DO MAR

No fundo do mar há brancos pavores,

Onde as plantas são animais

E os animais são flores

Mundo silencioso que não atinge

A agitação das ondas.

Abrem-se rindo conchas redondas,

Baloiça o cavalo-marinho.

Um polvo avança

No desalinho.

Dos seus mil braços,

Uma flor dança.

Sem ruído vibram os espaços.

Sobre a areia o tempo poisa

Leve como um lenço.

Mas por mais bela que seja cada coisa

Tem um monstro em si suspenso.

SOPHIA DE MELLO BREYNER ANDRESEN

Poemas de Sophia de Mello Breyner Andresen


No mar ela lembra do Divino, da morte, e da grandeza do universo. Alguns trechos recolhidos de suas poesias:

Como o rumor do mar dentro de um búzio
O divino sussurra no universo
Algo emerge: primordial projecto.

Há muito que deixei aquela praia
De grandes areais e grandes vagas
Mas sou eu ainda quem na brisa respira
E é por mim que espera cintilando a maré vasa

Quando eu morrer voltarei para buscar
Os instantes que não vivi junto do mar
De todos os cantos do mundo
Amo com um amor mais forte e mais profundo
Aquela praia extasiada e nua
Onde me uni ao mar, ao vento e à lua.

Mar sonoro, mar sem fundo mar sem fim.
A tua beleza aumenta quando estamos sós.
E tão fundo intimamente a tua voz
Segue o mais secreto bailar do meu sonho
Que momentos há em que eu suponho
Seres um milagre criado só para mim.

MARIA BETHANIA SAUDADE

MARIA BETHANIA & ANA CAROLINA PRA RUA ME LEVAR

MARIA BETHANIA CARCARÁ

MARIA BETHANIA VOCÊ

MARIA BETHANIA ONDE ANDARÁ O MEU AMOR

MARIA BETHANIA COMO DIZIA O POETA